Brasileiros já pagaram R$1 trilhão em impostos neste ano e carga tributária já corresponde a 35% do PIB do país
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) levantou que até o começo deste mês, os contribuintes já acertaram R$1 trilhão em impostos, taxas, multas e contribuições.
Entre janeiro e o início de maio deste ano, os brasileiros já pagaram R$1 trilhão em impostos, segundo cálculo do Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Isso se deve à vasta carga tributária do país e seus tributos municipais, estaduais e federais, que acabam pesando no bolso dos cidadãos.
O valor pago até agora se deu na forma de impostos, taxas, multas e contribuições.
Segundo a própria instituição, a inflação elevada, que se encontra atualmente acima de 10% ao ano, colabora para que a arrecadação seja ainda maior, pois quanto maior o preço, maior o imposto embutido.
O advogado e doutor em Direito Tributário, André Félix Ricotta de Oliveira, aponta alguns motivos que fazem com que a carga tributária seja tão alta no Brasil.
“Em 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal, a carga tributária brasileira girava em torno de 22 a 23 por cento do PIB. Com o passar dos anos, a administração pública cresceu muito e, com a má gestão dos recursos públicos, a carga tributária foi subindo a índices insuportáveis” explica o tributarista.
Atualmente, esse número está acima de 35% do PIB. Segundo Oliveira, se com esse montante de arrecadação os governos atuassem para um retorno proporcional de serviços públicos de excelência, a carga tributária poderia ser um pouco mais justa.
“O problema é que existem outras injustiças, pois nossa carga tributária não respeita o princípio da capacidade contributiva, penalizando justamente quem tem menor capacidade financeira e contributiva”, esclarece.
Na opinião do especialista, essa equação tributária tem poucas chances de ser alterada no curto prazo. “O correto deveria ser a realização de uma ampla reforma administrativa antes da reforma tributária, para ver qual é o custo do Estado e como esse dinheiro deve ser melhor empregado”, finaliza
Fonte: Contábeis