Tutores de cão intoxicado com petisco serão indenizados
Os autores de uma ação de danos materiais e morais serão indenizados por decisão do 1º Juizado Especial Cível da comarca de Joinville, depois de sua cachorra quase morrer ao ingerir um petisco. O caso de contaminação do produto veio a público em 2022 e obrigou a empresa fabricante a recolher vários lotes à venda no mercado nacional.
De acordo com a ação, em agosto de 2022, em seguida ao consumo do petisco, o animal apresentou sintomas de intoxicação como prostração, vômitos, tremores e falta de apetite. Diante do quadro, foi levada para consulta veterinária; submetida a intenso tratamento, evoluiu clinicamente e recuperou-se, porém, a causa do mal não foi identificada. Transcorridos quase 30 dias, os tutores tomaram conhecimento de que a situação da cachorra não foi isolada, tendo ocorrido a morte de diversos cães após a ingestão do referido petisco. De posse da informação, juntaram documentos e entraram com pedido de reparação judicial devido aos transtornos sofridos.
Em defesa, a loja revendedora alegou que é apenas varejista e que não houve comprovação de que o produto adquirido em seu estabelecimento era do lote contaminado. Já a fabricante argumentou que sempre obteve a matéria-prima da mesma empresa, porém, em um período de escassez do insumo propilenoglicol e de aumento da produção, e a fim de não interromper a fabricação, mudou de fornecedor. Afirma que essa empresa também repassou o insumo para outras fabricantes.
“Os fatos narrados pela parte autora são verossímeis e encontram respaldo no conjunto probatório trazido aos autos, […] isso porque apresentou o comprovante de compra do produto, comprovou que a cachorra passou mal logo depois, os sintomas apresentados são semelhantes aos noticiados na mídia acerca dos fatos, e tudo isso ocorreu dias antes de a contaminação se tornar notícia nacional.
Ou seja, todas as provas são coerentes com os fatos narrados, advindo daí a verossimilhança. Ante o exposto, condeno as partes rés, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos materiais de R$ 894,28 e ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil”, decidiu a magistrada.
Processo: 5048617-74.2022.8.24.0038/SC
Fonte: Jornal da Ordem